domingo, 15 de julho de 2012

Era uma sexta-feira quando Yabi chegou em casa e sua mãe esperava por ela, junto à sua avó. Pediram que se sentasse, e assim ela fez.
"Filha, eu não queria que fosse assim."

A menina permaneceu quieta, esperando o que viria depois.

"Eu lamento que as coisas tenham saído desse jeito. Eu fiz o que fiz, e não me esforcei em esconder isso. Não estou tentando me livrar da culpa, o que eu quero dizer é que na vida, infelizmente não há lado certo e errado. Nós dois cometemos nossos excessos estamos pagando por isso. Eu peço desculpas por tirar o seu pai de você, e peço desculpas por te deixar sozinha. Eu não espero que você me perdoe, mas eu precisava dizer isso."

A menina permaneceu quieta. Embora entre soluços e lágrimas, não disse uma palavra. Não sabia o que dizer. Não sabia de que lado ficar. Permaneceu neutra. A mãe se levantou, esfregando o rosto, tentando esconder a vergonha, e sussurou para a avó: "Por favor, mamãe. Cuide bem dela, é tudo que peço". Depois disso, subiu para o quarto. No outro dia, pela manhã, já não estava mais lá. Se entregou antes que mudasse de ideia. Antes que passasse pelo constrangimento de ser buscada em casa, algemada, e levada à força.

"Eu o matei com a faca. Cinco perfurações no peito."